ESCÂNDALO NO ULYSSES GUIMARÃES – REFLEXO DE UMA JUVENTUDE SEM LIMITES.

Alunos do Ulysses Guimarães revêem o video que chocou todos na escola. (Foto. Diário do Pará)

No último dia 22 de Outubro, a capital paraense foi sacudida por um escândalo na juventude estudantil quando no Colégio Estadual Ulysses Guimarães localizado na Avenida Governador José Malcher entre Alcindo Cacela e 14 de Março, um dos mais conceituados da rede estadual na cidade, três adolescentes de 15, 16 e 13 anos praticaram ato libidinoso no vestiário da quadra de esportes entre o fim do turno da manhã e o início do turno da tarde. O ato envolveu uma garota de 13 anos que praticou ato de felação com seu colega de 16 enquanto o de 15 registrava o ato com a câmera do celular da colega. Tudo estaria até hoje oculto se não fosse o sistema Bluetooth através da qual, quase todos os alunos da escola bem como professores puderam ver o vídeo.

Até mesmo operários da obra ao lado do colégio tiveram acesso ao arquivo de vídeo. O escândalo abalou a comunidade educacional não só do colégio como de toda a comunidade educacional da grande Belém. Eu devo dizer a nossos leitores que infelizmente essa é uma situação que apesar de revoltante e constrangedora é mais comum do que se imagina. Em minha faculdade eu já ouvi relatos de atos semelhantes nas salas de aula é escadas. Mas as questões que quero abordar aqui são as seguintes: A que ponto chega à falta de educação moral de nossos jovens? A que ponto a mídia e a internet estão influindo nos maus comportamentos sociais e que mal se oculta em nossas escolas. Na questão moral, as escolas estão indo de mal a pior. Antigamente os professores impunham a ordem, faziam-se respeitar em sala de aula e além de transmitirem conhecimento, transmitiam valores. Hoje, isso é classificado pelos educadores como “modelo defasado de educação”. A meu ver, opinião de pessoas com muito diploma e pouca vivência de vida. Ou melhor, dizendo… vivência de vida demais! O que conhecemos como libertismo. No que diz respeito à mídia, em especial a televisão. A juventude é bombardeada com milhares de imagens, de idéias, informações e de fantasias que fazem com que eles sejam um misto de pessoas informadas com idéias e valores flutuantes. O que chamamos de relativismo. O fruto mais maléfico disso é o individualismo!

Onde os outros se tornam objetos do outro. Sem sentimentos ou valor. De fato, neste lamentável caso ocorrido no Ulysses Guimarães, os dois rapazes jogaram a culpa do fato sobre a menina. A meu ver, uma total e descarada falta de caráter. Um homem de verdade, que de fato se acha homem teria assumido sua culpa e não jogado tudo nas costas do mais fraco. Porém, o que se esperar de uma juventude que crê que é madura sem nunca telo sido? Aqui faço um apêndice à questão da escola familiar, que hoje praticamente deixou de existir, pois o pai de hoje não transmite valores como nossos avôs faziam. A atual geração chama nossos avôs de autoritários, mas eu digo com convicção. Nossa geração é desafortunada, pobre e carente.

Nossos avôs sabiam como educar jovens completos. Cultural e moralmente. Agora quanto à mídia e internet e a que ponto ambos estão influindo nos maus comportamentos sociais e que mal se oculta em nossas escolas, posso dizer que essa é uma infeliz tendência global. O ser humano atual se vê inserido na chamada sociedade da informação que se subdivide em várias outras, como a sociedade do espetáculo. Onde o objetivo é aparecer, ser notado, gerar audiência. Não importando muitas vezes as conseqüências. De fato, isso é motivado pela facilidade com a qual, qualquer indivíduo tem de publicar o que desejar na internet. De fato, a falta de controle, de ordem, geram a anarquia virtual. E qualquer um, pode se expor ou ter sua vida exposta na rede e pelos motivos mais criminosos possíveis. Desde uma brincadeira tola entre amigos, até alguma situação muito intima. O que pela lei em vigência, é crime. O que aconteceu, no Ulysses Guimarães foi um fato lamentável mas, foi com toda certeza um caso descoberto, de milhares ocultos que acontecem todos os dias em nossas escolas, cursinhos e universidades. Atos imorais praticados não só por alunos em busca de aventuras insanas, mas também por professores. Cabe aos que não toleram isso, não se calarem frente sua revolta. Só assim, voltaremos a ter algum controle, alguma normalidade.