O mês de agosto de 2007 foi um ano marcante para a realidade bélica do mundo. Nesse mês, a Rússia retomou as patrulhas aéreas de longo alcance com seus bombardeiros estratégicos. Esses vôos de longo alcance se aproximaram de importantes bases americanas e da OTAN. Pelo mundo inteiro, os radares captaram as grandes imagens geradas unicamente pelos bombardeiros russos. Em especial os famosos Tupolev TU-95. Uma aeronave fantástica que constitui a espinha dorsal da aviação estratégica deste país. Em alguns destes vôos, outra grande aeronave do arsenal russo fez sua estréia. O TU-160, o mais avançado e veloz bombardeiro russo.
Em todos os casos, os bombardeiros foram interceptados por caças das nações “visitadas” e escoltados para longe de forma pacífica. Porém, a mensagem transmitida pelo retorno destes vôos que haviam deixado de acontecer com o fim da União Soviética foi bem clara. A Rússia não deixará seu lugar na influência geopolítica do mundo. E de fato, bombardeiros intercontinentais surgindo em vários pontos do planeta foi uma forma bem forte de dizer isso.
Os russos assim como os americanos são uma força militar respeitável e que não deve ser subestimada. A justificativa de Vladimir Putin, presidente da Rússia na época, era que o abandono dos vôos colocava a segurança nacional em risco e por isso os vôos foram reiniciados e continuam sendo realizados ate hoje.
Recentemente, a Rússia mostrou mais uma vez a força de sua tecnologia bélica ao realizar o vôo de seu projeto de caça Stealth. O primeiro vôo do PAK-50 foi executado em janeiro deste ano em uma base aérea onde funciona o setor de desenvolvimento da fábrica Sukkoi. O teste foi um sucesso completo e significa um retorno da Rússia ao mercado de tecnologia militar.
De fato, o Brasil chegou a ser cogitado em 2008 para integrar os países que participam do desenvolvimento da aeronave. Porém, um acordo não chegou a ser assinado. Mais uma vez, por questões políticas, o país perdeu uma grande chance de desenvolver projetos de tecnologia de ponta e o PAK-50 seria para a indústria aeronáutica nacional, uma oportunidade de ouro. Este repórter só tem a lamentar.
Invés disso, tudo indica que o Brasil irá mesmo adquirir caças franceses para reequipar sua força aérea. E não há como enxergar uma decisão de cunho 100% político. No caso do programa F-X, o escolhido foi o Rafale francês. Dos três concorrentes, o mais caro e lento. Porém, é fato que houveram questões importantes que favoreceram o caça francês. Os americanos não deram garantia alguma de que transferiram a tecnologia de seu Super-Hornet, a SAAB ofereceu um avião que ainda não saiu do papel. Restou então o caça francês.
O que o futuro reservará ao mercado aéreo internacional? É certo que toda vez que a Rússia criou uma arma, o ocidente se apressou em criar uma contra-medida. Não será diferente com o PAK-50. O que é certo afirmar, é que há uma nova ave de rapina abrindo suas asas nos céus da guerra aérea. E essa ave faz parte de uma força poderosa. A Rússia!